sábado, 21 de abril de 2007

(Re)cantos da Lua / Vila Nova de Gaia


Discurso de apresentação do livro (Re)cantos da Lua, em Vila Nova de Gaia, pela jornalista Dra. Maria Leonor Silva

Ao meu querido amigo João Jacinto, a todas aquelas e aqueles que quiseram partilhar alguns momentos de convívio e amizade em volta de um livro.
O João como carinhosamente gosto de chamar teve a gentileza e a honra de me convidar para aqui estar hoje a apresentar este livro.
É uma tarefa ingrata, mas ao mesmo tempo estimulante. Eu que também sou uma sonhadora identifico-me com o autor e amigo, pois se calhar tem a ver com o planeta que nos rege aos dois “A LUA”.
Li e reli os (Re)cantos da Lua, e se me permitem vou acrescentar alguns adjectivos. É perturbante, sensual e contém uma carga emocional muito forte. É esta tripla dimensão que mais me apaixonou nesta obra que está diante de vocês.
Sobre este livro tenho mais para acrescentar. É uma viagem ao lado lunar da vida.
Eu não sei quantas estrelas tem o céu, mas sei que estes (Re)cantos da Lua estão cheios de palavras escritas com sentido e sentimento, plasmadas na alma de alguém que não parou de sonhar e tenta uma nova aventura na vertigem da poesia. João Jacinto que eu conheci há algum tempo é um alquimista dos sonhos, caranguejo de signo, estudioso da Astrologia e de outras artes mais ou menos lunares. TEM OUTRO ATRIBUTO: é capaz de corporizar uma ideia e um projecto susceptível de levar pessoas a experimentar tocar a felicidade que tanto aspiram e desejam.
Ao chegar a este patamar feito de afectos, sempre vos digo que este livro se folheia com prazer e como ler não pode ser uma maçada, antes um exercício de prazer e fonte de conhecimento, então estes “(Re)cantos da Lua” trazem-nos de volta uma visão cósmica do mundo, onde nem sequer faltam algumas essências da vida, como o amor, a fé (sim, este livro é também uma obra profética, sem querer evangelizar ou catequizar o comum dos mortais…) cujo o poema “Criar” nos conduz de forma clarividente à imagem e semelhança do Criador.
Porém, é no corpo, essa matéria de seduções, ódios e paixões que o livro mais me sensibilizou. Sem querer fazer qualquer analogia com outros poetas do amor, nomeadamente, Eugénio de Andrade, esse poeta superior da língua portuguesa e que nos deixou uma obra fulgurante e ao mesmo tempo, incomensuravelmente bela, também eu “Olho para a noite e apaixono-me sob o encanto pálido da Lua”, também eu considero o verbo criar, como uma “forma de dar e ser possuído”. Ou traduzindo o autor “é a divisão do nada, explosão infinita das ideias, na multiplicidade dos sentidos”.
Este livro que vos deixo, qual António Aleixo dos tempos modernos, não procura dar respostas sobre nada, nem é uma cartilha de bons ou maus sentimentos. Apenas traduz estados de alma, poemas do fundo do coração e capazes de fazer voar a nossa imaginação criadora. Não têm mensagem, nem destinatário. Têm, no entanto, um grande simbolismo e inquietam-nos a alma. Se tal acontecer, estes “(Re)cantos da Lua” já terão valido a pena ter descido ao planeta Terra e jorrado esta galáxia de luz capaz de iluminar o lado lunar das nossas vidas.
Obrigado João por todos nós termos tido a felicidade de partilhar estes momentos de intimismo poético.

Maria Leonor Silva
20 de Abril de 2007

Sem comentários:

Enviar um comentário