domingo, 17 de maio de 2009

Verbais

Teatro da UFSC apresenta “Verbais: ninho de palavras”



A Oficina permanente de Teatro do DAC/UFC apresenta o espetáculo “Verbais: ninho de palavras”, dia 09/12, terça-feira, às 21 horas, no Teatro da UFSC com entrada gratuita. Pede-se que o público chegue com meia hora de antecedência ao teatro.
O Poema como um Pré-Texto, o Poema como um Texto, o Poema como uma Poesia. Obras do espanhol Garcia Lorca, do Poeta Português João Jacinto, d@s brasileir@s Paulo Leminski, Cora Coralina e Luiz Islo Nantes Teixeira. A poesia é uma das grandes possibilidades de desenvolvimento aos estudantes de teatro, porque estimula a sensorialidade e ao mesmo tempo requer ao universo cognitivo o emprego dos estudos teóricos da Interpretação, resultando em encenações ágeis, de profundo teor lírico que se mesclam ao humor subjacente de alguns versos encenados. O equilíbrio entre o significado da palavra, o significante enquanto poesia e a linguagem corporal daí suscitada, são elementos significativos ao universo da aprendizagem atoral. O poeta e damaturgo Garcia Lorca, o poeta curitibano Paulo Leminski, a poetisa Cora Coralina, o poeta português João Jacinto e Luiz Islo Nantes Teixeira, compõem com seus poemas a estrutura dramática de “Verbais: ninho de palavras”. As poesias são interpretadas pontuando um trabalho corporal acentuado, bem como uma coreografia capaz de propiciar aos alunos-atores concederem uma maior profundidade aos poemas escolhidos, ou seriam colhidos? recolhidos? Um momento certamente mágico ao público. A entrada é liberada, mas solicita-se a chegada com meia hora de antecedência ao Teatro.
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quarta-feira, 13 de maio de 2009

VERBAIS: NINHO DE PALAVRAS

O Poema como um Pré Texto, o Poema como um Texto, o Poema como uma Poesia Cênica, uma Dança, um Movimento, na CENA.
Obras do espanhol Garcia Lorca, do poeta português João Jacinto, dos brasileiros Paulo Leminski e Cora Coralina. A poesia é uma das grandes possibilidades de desenvolvimento aos estudantes de teatro, porque estimula a sensibilidade e ao mesmo tempo requer ao universo cognitivo o emprego dos estudos teóricos da Interpretação, resultando em encenações ágeis, de profundo teor lírico, que se mesclam ao humor subjacente de alguns versos encenados. O equilíbrio entre o significado da palavra, o significante enquanto poesia e a linguagem corporal daí suscitada, são elementos significativos à construção cênica do espetáculo Verbais: Ninho de Palavras.
Montagem com alunos da Oficina Permanente de Teatro, do DAC, a partir de um roteiro com poemas.

Veja abaixo a notícia sobre o espatáculo.

"Verbais: Ninho de Palavras" é a apresentação de julho na temporada comemorativa de 30 anos do Teatro da UFSC

De 10 a 12/07, sexta, sábado e domingo, às 20 horas, no Teatro da UFSC. Entrada gratuita.

Acontece de 10 a 12 de junho, de sexta-feira a domingo, a apresentação do espetáculo teatral "Verbais: Ninho de Palavras", remontagem atualizada, com alunos da OPT - Oficina Permanente de Teatro do Departamento Artístico Cultural - DAC, da UFSC. Esta apresentação faz parte da temporada comemorativa de 30 anos do Teatro da UFSC, agendada para este ano.
Em comemoração aos 30 anos do Teatro da UFSC, o DAC organizou uma programação especial, com vários espetáculos da cidade para este ano. São 13 peças que se apresentarão no palco do teatro até dezembro deste ano. A abertura da temporada aconteceu em maio. A apresentação do mês de julho será "Verbais: Ninho de Palavras", de 10 a 12/07, às 20 horas, no Teatro da UFSC, de sexta-feira a domingo.

Os ingressos são gratuitos, quem quiser garantir o seu poderá retirá-lo com antecedência no DAC/Teatro da UFSC, na quinta e sexta-feira, das 14 às 17 horas. Por se tratar de espetáculo gratuito, os ingressos garantirão o acesso ao Teatro até às 20 horas. Após esse horário, os eventuais lugares vagos serão liberados para o público excedente.

Veja o blog com a programação comemorativa completa, textos sobre os espetáculos e breves textos históricos sobre o Teatro da UFSC pelo site www.dac.ufsc.br. "É uma programação com grupos catarinenses a quem a UFSC sempre trabalhou oferecendo um espaço digno para apresentarem seus espetáculos", comenta Zeca Pires, diretor do Departamento Artístico Cultural da UFSC.

A Peça, por Carmen Fossari, diretora da OPT

O Poema como um Pré Texto, o Poema como um Texto, o Poema como uma Poesia. Obras do espanhol Garcia Lorca, do poeta português João Jacinto, dos brasileiros, Paulo Leminski, Cora Coralina e Nicolau Flores.

A poesia é uma das grandes possibilidades de desenvolvimento aos estudantes de teatro, porque estimula a sensibilidade e ao mesmo tempo requer ao universo cognitivo o emprego dos estudos teóricos da Interpretação, resultando em encenações ágeis, de profundo teor lírico que se mesclam ao humor subjacente de alguns versos encenados.

O equilíbrio entre o significado da palavra, o significante enquanto poesia e a linguagem corporal daí suscitada são elementos significativos da construção cênica do espetáculo Verbais, Ninho de palavras.

O espetáculo mescla linguagens, mímicas, poéticas, dança, teatro com a Oficina Permanente de Teatro - OPT. Com textos dos poetas: Paulo Leminski, Nicolau Flores (Márlio Silva), João Jacinto (Portugal) e Garcia Lorca, o andaluz espanhol que igualmente foi um grande dramaturgo autor de Bodas de Sangue, A Casa de Bernarda Alba, dentre outros textos teatrais. A presença feminina na seleção dos textos recaiu sobre a Poetisa Goiana Cora Coralina.

A diversidade das linguagens cênicas coincidem com a diversidade das linguagens poéticas particulares dos escritores. Esta opção referencia dois importantes aspectos: a amplidão do universo da criação, chegando em alguns momentos a parecerem universos antagônicos como a poesia memorialista de Cora Coralina ou os versos contemporâneos de Leminski: ou ainda a densidade reveladora da ontologia dos versos de João Jacinto, diante da ácida e humorada poesia de Nicolau Flores, um pequeno poema de Calu d.Aranda, prepara ao universo mais onírico das palavras do espanhol Lorca, e o seu celebre "Verde que te quiero verde" encerram Verbais: Ninho de Palavras.

Esta ampla gama de texturas poéticas coincide com a intenção de compreender a pluralidade humana nas suas variadas matizes de sensações. Sugerem uma ruptura ao sectarismo dos ortodoxos seguidores de escolas literárias e artísticas, compreendendo aqui estilos e gêneros, que muitas vezes impelem a uma visão única e, portanto turva da complexa e maravilhosa aventura de viver e registrar-se em arte.

O poeta e Dramaturgo Garcia Lorca, o poeta curitibano Paulo Leminski, a poetisa Cora Coralina, o poeta português João Jacinto, o ilhéu, residente na Holanda, Nicolau Flores (Márlio Silva) compõem com seus poemas a estrutura dramática de VERBAIS: ninho de palavras.

As poesias são interpretadas pontuando um trabalho corporal acentuado, bem como uma coreografia capaz de propiciar aos atores uma maior profundidade aos poemas escolhidos.

Ficha Técnica:

Elenco: Alunos da OPTT II e III: Eliana Bär, Bruno Leite, Cléia R. Canatto, Eloisa Dornelles, Gabi Borges, Gabriel Orcajo, Jeane Siqueira, Lucia Amante, Mariana Lapolli, Rubia Medeiros, Lucíola Zanirato e Luiza S. Souto.

Atores Convidados: Augusto Sopran (mímico) e Nei Perin (ex-alunos da OPT).
Professores: Augusto Sopran, Carmen Fossari e Sérgio Bessa.

Arte do folder: Michele Millis.

Foto do folder e divulgação: Calu, Gabriel Vargas Merljak, Israel Merljak e Clóvis Werner

Sonoplastia: Ima D.Aranda

Técnico de Luz: Nilson Silva

Direção geral e iluminação: Carmen L. Fossari

Produção: Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC

Promoção: Departamento Artístico Cultural - DAC / Secretaria de Cultura e Arte - SECARTE/ Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

A OPT - Oficina Permanente de Teatro do DAC

A oficina recebe alunos da UFSC e pessoas da Comunidade, e há três décadas é um importante laboratório de fazer teatro, que segue uma metodologia da coordenadora e diretora de teatro da UFSC, Carmen Fossari, denominada de "como ser para interpretar um outro ser". Um dos objetivos da OPT é dar uma experiência teatral para alunos da UFSC e pessoas da comunidade. O estudo teatral acontece concomitante às montagens cênicas.

Tal metodologia também tem sido empregada junto a grupos e escolas teatrais da América Latina. Para o ano de 2010, está programado um grande encontro de escolas teatrais da América Latina para ser formalizada a Escola Latino Americana de Teatro Popular, que deverá ser vinculada a organismos nacionais e internacionais, sempre priorizando o laboratório de pesquisa e do fazer teatral com a formação do ator/atriz. A OPT possibilita o registro profissional como ator/atriz, junto ao Ministério do Trabalho, através do Sindicato da Categoria.

Carmem Fossari

Natural de Florianópolis, Carmem Fossari é Mestre em Literatura Brasileira, pela UFSC, com opção em Teatro; diretora de espetáculos do Departamento Artístico Cultural - DAC/UFSC, coordenadora e professora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC e diretora e fundadora do Grupo Pesquisa Teatro Novo/UFSC.

Nessa categoria, recebeu inúmeros prêmios estaduais e nacionais, bem como representou o Brasil com espetáculos que dirigiu, escreveu e atuou nos países: Porto Rico, México, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e Uruguai. Esteve com espetáculos no Chile por sete vezes, onde mantém convênio através do GPTN/UFSC com a “Cia. La Carreta” que coordena, naquele país, o ENTEPOLA - Encontro de Teatro Popular Latino Americano.

Coordenou o 1º ENTEPOLA do Brasil, na cidade de Florianópolis, em 1996, com a participação de 280 artistas das Américas e de outros Continentes. Escreveu o roteiro e realizou a pesquisa do vídeo “Viva o Circo”, direção de Ronaldo dos Anjos, prêmio de melhor vídeo no Festival Nacional de Gravatal. Escreve enredos para Escolas de Samba de Florianópolis e artigos para jornais de Santa Catarina. Escreveu durante 10 anos para o Anuário Brasileiro de Teatro, do Rio de Janeiro, editado pelo Serviço Nacional de Teatro. Escreveu entre outras obras: “De Açores a Desterro - Uma Viagem Bruxólica”, “Isto ou Aquilo, com Sol ou Chuva”, “O Menino que jogava com o Sol”, “João Unha de Fome e Dona Maria Comecome”, ”Os 7 Segredos do Mar”, entre outros, além de adaptações. Dirigiu e produziu mais de 60 peças teatrais nas categorias de teatro adulto, infantil de títeres e de rua.

Como atriz, Carmem Fossari, além de inúmeras peças e recitais de poesias, atuou na minissérie “Ilha das Bruxas”, produzida pela TV Manchete, e, nos curtas metragens “Alva Paixão” de Maria Emília Azevedo; ”Ilha” de Zeca Pires; no média metragem “Alma Açoriana” de Penna Filho e no longa metragem “Procuradas”. Dirigiu e foi co-adaptadora e produtora do espetáculo “Hamlet Nuestro”, em Santiago, no Chile. Participou de dezenas de festivais nacionais e internacionais de teatro, tanto como diretora de teatro quanto debatedora, ministrante de cursos e Integrante de comissões julgadoras.

Teatro da UFSC

O Teatro da UFSC faz parte do conjunto histórico de edifícios da atual Igrejinha da UFSC, que pertencia à Paróquia da Santíssima Trindade, localizada no bairro da Trindade, em Florianópolis. A data de fundação da paróquia é de 1853. O conjunto de edifícios foi adquirido pela UFSC em meados da década de 1970 e compreende a Igrejinha, o Teatro (antigo Salão Paroquial) e a Casa do Divino (edifício destinado ao culto do Espírito Santo por ocasião da festa).

Com a reforma dos edifícios, em 1978 a UFSC destinou a Igrejinha ao Coral da UFSC e outras atividades musicais, e, em maio de 1979, numa ação conjunta da Universidade e do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC junto ao Instituto Nacional de Artes Cênicas, foi inaugurado o Teatro da UFSC. A Casa do Divino foi reformada para abrigar as salas para cursos e oficinas de Artes Plásticas e outras atividades

Segundo Carmen Fossari, diretora de teatro no Departamento Artístico Cultural da UFSC, "nestes 30 anos, o fato de ser um espaço quase franciscano não impediu de ter sido, e ser, um celeiro de novos artistas, e de ter uma contribuição indelével ao fazer teatral em Florianópolis, de uma forma mais moderna e despojada".

O Teatro da UFSC faz parte do Departamento Artístico Cultural, vinculado à Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina.

SERVIÇO:

O QUÊ: Peça "Verbais: Ninhos de P", espetáculo do mês de julho da temporada comemorativa dos 30 anos do Teatro da UFSC
QUANDO: De 10 a 12 de julho de 2009, de sexta-feira a domingo, às 20 horas. ONDE: Teatro da UFSC, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC.
QUANTO: Gratuito e aberto à comunidade. Garanta o seu ingresso retirando-o com antecedência no DAC/Teatro da UFSC, na quinta e sexta-feira, das 14 às 17 horas.
CONTATO: DAC / Teatro da UFSC (48) 3721-9348 e 3721-9447 - www.dac.ufsc.br


Fonte: Joice Balboa, Acadêmica de Jornalismo, Assessoria de Imprensa do Departamento Artístico Cultural - DAC: SECARTE: UFSC, com material institucional e fornecido pelo grupo. Contato Notícias: (48) 3721-9348 e noticias@dac.ufsc.br

in
http://teatrodaufsc30anos.blogspot.com/2009/05/verbais-ninho-de-palavras.html

terça-feira, 2 de setembro de 2008


João Jacinto
No maior dia do ano, João Jacinto nasceu no Montijo. Foi há 49 anos. Apesar de ser bisneto, neto, filho, irmão e pai de músicos, seriam outras formas de expressão artísticas que o viriam a seduzir, como a pintura, o teatro, a poesia… O primeiro contacto com a astrologia, deu-se muito cedo, com apenas nove anos. Aos 19 inicia os seus estudos em Astrologia e em 1996 traz para Portugal a Astroflash. Escreve e apresenta o DVD vídeo – Astrologia 2006, lançado em Dezembro de 2005 pelo Jornal de Notícias e, um ano mais tarde, publica o seu livro de poemas intitulado (Re)cantos da Lua. Continua ainda hoje, dedicado à ciência do tempo, no seu consultório em Lisboa.

in La Mag (nº9 / Trimestral / Setembro / 2008 )

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Magna Editora

João Jacinto


João Jacinto a 22 de Junho de 1959, o primeiro dia do signo Caranguejo, no Montijo. 
Pelo seu percurso profissional diríamos que é um homem de todas as artes, pois de quase todas exprimentou um pouco, mas foi a poesia quem o tocou em primeiro lugar. Desde muito cedo que a poesia faz parte da sua vida. A sonoridade e o ritmo das palavras harmonizam a sua vida desde sempre, impelindo-o no percurso que seguiu.
Juntamente com a poesia surgiu a astrologia, também por um acaso, também pela harmonia. E as duas artes mantêm-se lado a lado. Cresceram juntamente com o João, sendo fruto de uma criação pensada, prazerosa e pensada lentamente.
E assim chegámos ao seu primeiro livro: "Recantos da Lua"! Uma obra que reflete estas duas forças criadoras, e a tentativa incessante de o autor as dominar e as apontar num sentido.  



in

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Bless by Kagaya

Em cada favo de mel se constrói
a doçura plena do vitae enxame.Em mãos, unem-se retalhos,
obrada colcha que te cobre
do mundo aos pés.

Crescem-te dispostas letras
ajardinadas a jeito de escrita;
palavras
correm como rios,
da tinta que de ti
nasce.
Trabalhosamente,
crias,

as crias,
e crias…,
por amor.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

UMA LEITURA ENTRE OS RECANTOS DA LUA

Esta postagem realizada hoje, pelo poeta português João Jacinto , a quem eu denomino afetivamente O MENINO DO MONTIJO, refere-se a um texto que tive a honra de escrever, quando lançou seu belo livro de poemas RECANTOS DA LUA em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Este texto foi lido pelo editor da MAGNA EDITORA de Lisboa.

a carmencita, que vos escreve... apenas mantenho a postagem do autor, que sempre surpreende-me como quem pincela um mundo fractal das emoções instigantes.



O Poeta João Jacinto e sua amiga a grande atriz CARLA ANDRINO, que na ocasião leu poemas do Menino do Montijo. Aliás Carla está no Brasil , atriz convidada da novela do Falabela: Negócio DA China,e demonstra em sua interpretação ser de fato um
grande talento lusitano ( comovente a cena em que escutava discos da diva SIMONE DE OLIVEIRA) que traz uma forma de interpretar na televisão brasileira diferente, não vemos nela nenhum vestígio dos gestos que Stanislavski definiu como carimbo e,ou gestos mecanicos.
Ela consegue passar dos momentos trágicos aos mais romanticos, com tamanha naturalidade, que faz com que @ telespetador-a, pense ser ela mais que uma personagem, uma grande amiga, vizinha de porta. Arte sem fronteiras, um mundo que sonhamos.





Na apresentação o autor .




Dra.Maria Leonor Silva e João Jacinto, em Vila Nova de Gaia.Ela quem fez a apresentação do livro num belo texto que escreveu com maestria e arte.
Certo momento quando encenamos DE COMO SER,na qualidde de diretora do Jornal Comércio de Gaia,Portugal, publicou artigo, celebrando além mar a solidariedade ao mundo da criação artística.




reproduzo aqui a postagem que encotro no Blog:

www.recantosdalua.blogspot.com


O texto que se segue foi lido na apresentação do Livro (Re)cantos da Lua, pelo editor Emanuel Vitorino, em Vila Nova de Gaia.Portugal.



Vou escrever frente ao mar, o mar da outra margem do Atlântico, tão salgado mar de Portuguesas conquistas na voz eterna de Luis Vaz de Camões, No mar que chorou as perdas lusitanas e que consagrou as conquistas do Império Quinhentista, cuja história fincou raízes a espalhar mundo afora a Língua Portuguesa. Depois, outros filhos da terra lusitana ,outras e tantas conquistas alçaram.Estas, em reinos de outras línguas, e atravessaram fronteiras , e sob o Império da Emoção, fizeram de Portugal a praia imemorial da Poesia.Uma Ágora, onde sentados na beira de um mar de gentes ,Fernando Pessoa soberano solfeja, os assinalados versos da alma Luisitana, e toca no coração da pátria humana sem fronteiras.Das letras, podemos emprestar o nome do livro homônimo do Premio Nobel de Literatura e dizermos TODOS OS NOMES, onde na emoção me surge José Saramago. Esta tríade dos consagrados escritores, revela uma terra, com uma vocação natural às evocações da alma, da transcendência. O ápice do sentir, o amor e seu duplo a dor.Do Fado, ecoam os acordes da guitarra portuguesa e ela, nos permite levitarmos sob o Tejo, de caudalosas águas.No Tejo a poesia , em afluentes se bifurca, retorna na esquina e renova-se.Renova-se na geração dos escritores que hoje traduzem a grandiloqüência da História, com a magnitude, que habita a alma lusa a expressar-se em sua Língua Portuguesa.A poesia é imprescindível ao ser que se quer saber, e é sempre uma inimiga feroz, dos processos econômicos virulentos, que se propagam, nas artérias das cidades, insuflando comportamentos, atitudes da repetição consumista.Assim que se a poesia, nada contra a correnteza de um mudo que apregoa valores do ter ante o ser, ela, a Poesia , em Portugal, emerge do leito do Tejo.E, com a história de resistências culturais, encontra na sua Língua materna, uma aliada identidade.A identidade cultural formada na sua diversidade histórica e social.Uma editora, que divulgue novos poetas, haveria de ter um nome Magno, assim que encontro em Lisboa a MAGNA EDITORA, a editar os valores literários portugueses e universais.Fato que me parece salutar , diria ainda e não por aliteração, mas por reconhecimento:Magnâmico. Editar a poesia contemporânea portuguesa.E aqui, encontramos o Poeta João Jacinto e seu livro RE CANTOS DA LUA.Uma poesia, profunda densa, filosófica, por vezes dócil, amena, mas sempre contundente, uma palavra como uma lamina afiada a tocar na pele, para sangrar,as feriadas do ser, não deixar cicatrizar a superficialidade.Uma poesia que abre nossos poros fechados, no dia a dia da sobrevivência, nas vivencias amorosas que não se permitem o confronto das diferenças, um mergulho no país da infância onde ali o poeta encontra a utopia da absoluta felicidade e pureza do ser.A primeira vez que li a sua poesia, as palavras iluminaram o dia que já era claro e feliz, foi no dia de meu aniversário. Li, reli do Poeta, um poema sincopado onde Parabenizava o dia do aniversário, dizer tanto da vida num poema tão breve. A vida pareceu ser ainda mais mágica, por aquelas palavras, um pequeno hinário a vida.Soube de imediato a grandeza humana e literária do poeta.Encontramos João Jacinto por vezes, Filósofo, inquiridor das vicinais artérias da avenida da vida, a buscar o oculto, revelando os turbilhões humanos usualmente admoestados em caixas escondidas nos porões da nossa memória.O Filósofo Poeta, não concilia, abre as chagas, as expõem,não se poupa, é o narrador e seu protagonista, o criador e a sua criatura, a poesia no estado mais latente de humanidades que sangram, aos poros dos que atravessam a fronteira de busca do auto-conhecimento.Esta lavra, inquiridora, reveste-se, em minha opinião, da maior promessa poética da Literatura Contemporânea. Ela vara os limites, do caos urbano, cosmopolita , globalizado , para pontuar, ao centro da humanidade, a palavra útero.Ali onde as emoções fecundam e nascidas se multiplicam afloradas no lirismo ou abafadas sob os nãos . Estes , como aquela ,presentes a diário nas vidas humanas .Ambas vertentes encontramos na obra RE CANTOS DA LUA.O Poeta aponta a lamina da palavra faca afiada, na epiderme retesa,das oclusas saídas do ser em desencontro de seu duplo amoroso, mas, não o diz do leitor e , sim a si próprio.Imola-se, e por suas palavras nos absolve dos nossos caminhos tortos, mas nos deixa atentos.A a vigília da palavra em poesia permanece a convidar que ousemos transpassara porta que em estando fechada, pode ser aberta, pois que a poesia promove a reinvenção da vida.Há ainda na poesia de João Jacinto no contrário construtivo de seus versosuma outra ponta do fio desta meada filosófica. Faço referencia à amplidão psicológica dos feitos do narrador da poesia, o Poeta.O poeta é seu próprio paciente e ele o Psicólogo, faz o diagnóstico:Percorro entristecido, o labirinto construído de medo, ou ainda... Sou o duplo de confundíveis identidades.João Jacinto amplia na sua poesia, as vertentes de seu escrever, filósofo, psicólogo, trágico.Se a tragédia, nascida na Grécia, primou os versos ditirâmbicos, o poema de versos livres de Jacinto, nos remete ao sentido mais visceral do gênero Trágico, propulsor da tragédia. .Encontramos na obra o Herói Trágico, é o poeta narrador na sua grandiloqüência de procura de seu estar diante do ser, trazido em palavras aradas.Da mesma verve heroicizada daquelas tragédias gregas, como nos versos de CANTO PROIBIDO, OU ARREPENDIMETO;Quem me ouvirá quando puser em enlouquecida fuga, para os confins derradeiros do mundo? , sinto o desespero amargo dos teus sentidos ou ainda literariamente, o verso final do poema ULTIMA CEIA:Caia o pano,que finde de vez esta ultima ceia.A profundidade destes versos, é assombrosa, as encontramos quase de relance, na leitura do poema, e já não somos nós mesmas, nós mesmos. .A força do existir na pluralidade dos sentires se instauraEntão, em outro verso, ele busca a conciliação, a compreensão, compaixão e vislumbra o lirismo imemorial da alma dita POÉTICA. Encontramos o pintor, que aflora, pois que na vida já percorreu as artes plásticas.O Pintor é quem agora,na pele de poeta,colore na folha impressa os tons da natureza,retirados da sua palheta de palavras cores..Manhãs douradas, eras o sol do meio dia, brilhando por cima de minha vida,um arco-íris que sobressai,quero olhar o firmamento e perder-me a contar estrelas, que amadureçam os frutos do amor, dancei aos ventos, perfumado de azul e algas, verdejantes primaveras.Esta riqueza de contextualizações na obra de João Jacinto, quanto mais o lermos, tanto mais será ampliada.Antes de finalizar, é imperioso dizermos que a poesia do poeta João Jacinto, suscita incontáveis leituras e já ficamos a esperar outros livros.Hoje, acompanhemos o poeta, nascido em Montijo, quando em seus versos ,também cultua o país sagrado, aquele mesmo, que todos nós já habitamos um dia: o país da infância. O poeta foi uma criança feliz, sob olhares femininos, que o circularam, Mãe, Avó,Tia, Irmã,Vizinha, e na sua formação a envolver seu crescimento, ainda a musica paterna, um fagote transpassando sons a enriquecerem a personalidade aflorada nos jardins verdes dos afetos.João Jacinto, sua literatura é um bálsamo a revitalizar a Língua Portuguesa, que atravessará os mesmos mares “sempre dantes navegados” a entregar ouro e prata, da melhor alma humana, na poesia do MENINO DE MONTIJO.


Saudações.

Ilha, Florianópolis, sul do Brasil

Aos 16 de Abril de MMVII
Carmen Lucia Fossari



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postagem copiada , do Blog:





Publicada por Recantos da Lua em 17:04


http://www.recantosdalua.blogspot.com/
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terça-feira, 8 de maio de 2007

De Como Ser


O espetáculo DE COMO SER, que estreou dia 12 de dezembro passado no TEATRO DA UFSC (Praça Santos Dummont), retorna no próximo final de semana no mesmo teatro.

Com base em poemas, DE COMO SER, ultrapassa o limite de recital e ganha a cena num jogo teatral belo , repleto de surpresas e magia.O espetáculo é um mergulho nas possibilidades do amor, nas relações amorosas. Retrata ainda a busca de cada ser por suas verdades, memórias afetivas, encontros e desencontros.Um momento de rara beleza
ritualística no nosso palco.

O roteiro é composto a partir de poesias ,de Portugal
Fernando Pessoa , e seus heterônimos:Alberto Caeiro e Álvaro de Campos,e o poeta contemporâneo, também de Lisboa João Jacinto, autor do livro de poesias OS (Re) Cantos da Lua, editora Magna, Lisboa
Fernando Pessoa, em seus versos , que trabalham a alma humana.Em cada poesia ,encontramos ressonância no leitor das palavras por ele escritas, todas abrangendo os caminhos e arestas diversas do Ser, tem no poeta João Jacinto, a mesma escola, do poema que retrata as variações , encontros e desencontros de cada qual na luta de se reconhecer diante dos diversos estares nas fases que a vida apresenta.

Os brasileiros Carlos Drummond de Andrade e Cecília “eterna” Meireles, presentes em DE COMO SER compõem esta trama dos humanos sentimentos.Optou-se por inserir JOSÉ, um dos mais conhecidos poemas brasileiros, numa interpretação inesperada, presentifica-se o corpo repleto de significações sociais.

Um momento de poesia num palco lírico e onírico.


Os Poemas:
Todas As Cartas de Amor São Ridículas, de Álvaro de Campos, Eu Nunca Guardei Rebanhos, Se Às Vezes Digo Que A.
Flores Sorriem e Última Estrela de Alberto Caeiro,Entre o Luar e O Arvoredo,de Fernando Pessoa,Escadas,Fui Criança, Jardim da Vida, ,Canto Proibido,Fingidor e Marinheiro de João Jacinto,
José ,Quadrilha e Poema das Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade,Canção,Motivo, Serenata e Preciso Não Esquecer Nada de Cecília Meireles

Atores do Pesquisa Teatro Novo e alunos da OPT, dirigidos por Carmen Fossari integram o cast do espetáculo.
Participam dois conceituados atores, Gringo Starr e Ivana Fossari, que recentemente interpretaram Pablo Neruda e Matilde Urrutia na peça Don Pablo Entre Vogais,encenado pelo Grupo Pesquisa Teatro Novo
.

Serviço : De Como Ser
elenco:mariana lapolli,diego barardi,felipe fagundes,
sauthier anderson,álvaro guarnieri,nayara hachich
atores convidados: gringo starr e ivana fossari

técnica:amanda batista-luz,claudete.
foto: simone correa
flye: mihele millis

direção geral: carmen lúcia fossari

dias: 11, 12 e 13 de maio
local: Teatro UFSC-Pça Santos Dummont -Trindade
hora: 21:00
promoção : dac, prce, ufsc
contatos :331 9348 99717066


in
http://carmenfossari-armazemdapalavra.blogspot.com/2007/05/o-espetculo-de-como-ser-que-estreou-dia.html

domingo, 6 de maio de 2007

De Como Ser



Dias 11,12 e 13 de Maio

PESQUISA TEATRO NOVO apresenta:

um momento de poesia num palco lírico e onírico

O espetáculo DE COMO SER, que estreou dia 12 de dezembro passado no TEATRO DA UFSC (Praça Santos Dummont), retorna no próximo final de semana no mesmo teatro.

Com base em poemas, DE COMO SER, ultrapassa o limite de recital e ganha a cena num jogo teatral belo , repleto de surpresas e magia.O espetáculo é um mergulho nas possibilidades do amor, nas relações amorosas. Retrata ainda a busca de cada ser por suas verdades, memórias afetivas, encontros e desencontros.Um momento de rara beleza ritualística no nosso palco.

O roteiro é composto a partir de poesias ,de Portugal
Fernando Pessoa , e seus heterônimos:Alberto Caeiro e Álvaro de Campos,e o poeta contemporâneo, também de Lisboa João Jacinto, autor do livro de poesias OS (Re) Cantos da Lua, editora Magna, Lisboa
Fernando Pessoa, em seus versos , que trabalham a alma humana.Em cada poesia ,encontramos ressonância no leitor das palavras por ele escritas, todas abrangendo os caminhos e arestas diversas do Ser, tem no poeta João Jacinto, a mesma escola, do poema que retrata as variações , encontros e desencontros de cada qual na luta de se reconhecer diante dos diversos estares nas fases que a vida apresenta.

Os brasileiros Carlos Drummond de Andrade e Cecília “eterna” Meireles, presentes em DE COMO SER compõem esta trama dos humanos sentimentos.Optou-se por inserir JOSÉ, um dos mais conhecidos poemas brasileiros, numa interpretação inesperada, presentifica-se o corpo repleto de significações sociais.


Um momento de poesia num palco lírico e onírico.


Os Poemas:
Todas As Cartas de Amor São Ridículas, de Álvaro de Campos, Eu Nunca Guardei Rebanhos, Se Às Vezes Digo Que As Flores Sorriem e Última Estrela de Alberto Caeiro,Entre o Luar e O Arvoredo,de Fernando Pessoa,Escadas,Fui Criança, Jardim da Vida, Canto Proibido,Fingidor e Marinheiro de João Jacinto,
José ,Quadrilha e Poema das Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade,Canção,Motivo, Serenata e Preciso Não Esquecer Nada de Cecília Meireles


Atores do Pesquisa Teatro Novo e alunos da OPT, dirigidos por Carmen Fossari integram o cast do espetáculo.
Participam dois conceituados atores, Gringo Starr e Ivana Fossari, que recentemente interpretaram Pablo Neruda e Matilde Urrutia na peça Don Pablo Entre Vogais,encenado pelo Grupo Pesquisa Teatro Novo
.

Serviço : De Como Ser
elenco:mariana lapolli,diego barardi,felipe fagundes,
sauthier anderson,álvaro guarnieri,nayara hachich

atores convidados: gringo starr e ivana fossari

técnica:amanda batista-luz,claudete.
foto: simone correa
flye: mihele millis

direção geral: carmen lúcia fossari

dias: 11, 12 e 13 de maio
local: Teatro UFSC-Pça Santos Dummont -Trindade
hora: 21:00
promoção : dac, prce, ufsc

contatos :331 9348 99717066


http://www.agecom.ufsc.br/index.php?id=5008&url=ufsc

sábado, 21 de abril de 2007

(Re)cantos da Lua / Vila Nova de Gaia


Discurso de apresentação do livro (Re)cantos da Lua, em Vila Nova de Gaia, pela jornalista Dra. Maria Leonor Silva

Ao meu querido amigo João Jacinto, a todas aquelas e aqueles que quiseram partilhar alguns momentos de convívio e amizade em volta de um livro.
O João como carinhosamente gosto de chamar teve a gentileza e a honra de me convidar para aqui estar hoje a apresentar este livro.
É uma tarefa ingrata, mas ao mesmo tempo estimulante. Eu que também sou uma sonhadora identifico-me com o autor e amigo, pois se calhar tem a ver com o planeta que nos rege aos dois “A LUA”.
Li e reli os (Re)cantos da Lua, e se me permitem vou acrescentar alguns adjectivos. É perturbante, sensual e contém uma carga emocional muito forte. É esta tripla dimensão que mais me apaixonou nesta obra que está diante de vocês.
Sobre este livro tenho mais para acrescentar. É uma viagem ao lado lunar da vida.
Eu não sei quantas estrelas tem o céu, mas sei que estes (Re)cantos da Lua estão cheios de palavras escritas com sentido e sentimento, plasmadas na alma de alguém que não parou de sonhar e tenta uma nova aventura na vertigem da poesia. João Jacinto que eu conheci há algum tempo é um alquimista dos sonhos, caranguejo de signo, estudioso da Astrologia e de outras artes mais ou menos lunares. TEM OUTRO ATRIBUTO: é capaz de corporizar uma ideia e um projecto susceptível de levar pessoas a experimentar tocar a felicidade que tanto aspiram e desejam.
Ao chegar a este patamar feito de afectos, sempre vos digo que este livro se folheia com prazer e como ler não pode ser uma maçada, antes um exercício de prazer e fonte de conhecimento, então estes “(Re)cantos da Lua” trazem-nos de volta uma visão cósmica do mundo, onde nem sequer faltam algumas essências da vida, como o amor, a fé (sim, este livro é também uma obra profética, sem querer evangelizar ou catequizar o comum dos mortais…) cujo o poema “Criar” nos conduz de forma clarividente à imagem e semelhança do Criador.
Porém, é no corpo, essa matéria de seduções, ódios e paixões que o livro mais me sensibilizou. Sem querer fazer qualquer analogia com outros poetas do amor, nomeadamente, Eugénio de Andrade, esse poeta superior da língua portuguesa e que nos deixou uma obra fulgurante e ao mesmo tempo, incomensuravelmente bela, também eu “Olho para a noite e apaixono-me sob o encanto pálido da Lua”, também eu considero o verbo criar, como uma “forma de dar e ser possuído”. Ou traduzindo o autor “é a divisão do nada, explosão infinita das ideias, na multiplicidade dos sentidos”.
Este livro que vos deixo, qual António Aleixo dos tempos modernos, não procura dar respostas sobre nada, nem é uma cartilha de bons ou maus sentimentos. Apenas traduz estados de alma, poemas do fundo do coração e capazes de fazer voar a nossa imaginação criadora. Não têm mensagem, nem destinatário. Têm, no entanto, um grande simbolismo e inquietam-nos a alma. Se tal acontecer, estes “(Re)cantos da Lua” já terão valido a pena ter descido ao planeta Terra e jorrado esta galáxia de luz capaz de iluminar o lado lunar das nossas vidas.
Obrigado João por todos nós termos tido a felicidade de partilhar estes momentos de intimismo poético.

Maria Leonor Silva
20 de Abril de 2007

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

(Re)cantos da Lua / S.Paulo - Brasil

Secção de Autógrafos

No dia 9 de Fevereiro, estarei em SãoPaulo/Brasil, no Hotel NH, na Rua Frei Caneca, nº. 1.199 (Estação de Metro – Consolação), pelas 18 horas, para uma Secção de Autógrafos, do meu livro “(Re)cantos da Lua”.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007


Caminho


Aprendo no contraste,
cresço nos diálogos.
Mestre nos erros
que detecto,
no querer
que corrijo.
Vagueio errante
à nossa procura
e todos os dias
encontro-me
desenhado
no caminho
que me levará a ti.


Caminho,
nos dois,
sentido.


joão jacinto
in
http://www.fotolog.com/lilivitiz/24223165

sábado, 16 de dezembro de 2006

(Re)cantos da Lua - Lisboa


Discurso de apresentação do livro de poesia (Re)cantos da Lua, pela jornalista e escritora Ana Paula Almeida

Não me vou pôr a falar de estilos, de construções, da linguagem, dos versos, da rima ou da métrica…
Não me vou debruçar sobre a vida “misteriosa” do poeta e daqueles que o rodeiam e o inspiram, fazendo com que ele se revele, na sua mais profunda essência.
Não me vou pôr a analisar o que só se lê com o coração, pois para rótulos, conselhos e espartilhos literários dou a voz e a vez aos críticos.
Estou aqui como Amiga, primeiro, e como leitora do João Jacinto, para vo-lo apresentar também como poeta, depois de já o ter recomendado como astrólogo, depois de já lhe ter vislumbrado grandes dotes como pintor e depois de continuar a elogiá-lo como homem, com maiúscula, artista versátil e vertical, amigo coerente e leal que só merece o nosso apoio incondicional, até às estrelas.
Pediu-me que aqui dissesse umas palavras, sobre estes (re)cantos da Lua, nesta sua auspiciosa estreia, também como autor.
Li e reli, várias vezes, o livro, com interesse e com paixão; li e reli alguns poemas com admiração e com surpresa.
No final, digo-vos, conheci outro João e outras vertentes da vida, pois vi-a através de outros olhares que o João capta, decifra e concentra, como se fosse uma antena das sensibilidades, expectativas, sonhos, necessidades dos outros, que sabe ouvir como ninguém.
É um poeta do amor e dos afectos, escreve com sentimento, à pele, mas com a gramática apurada.
Escreve a ferro e fogo, pela calada da noite, quando se vislumbram velhos fantasmas amigos, quando os pés aterram, finalmente, no chão, depois de muitas horas, dias, nas estrelas, a perscrutar novos horizontes, para quem o consulta, com esperança.
São poemas que vão ajudar a decifrar alguns enigmas, os mais íntimos, pessoais e “intransmissíveis” e também aqueles que são comuns à maioria das pessoas, transferíveis ao colectivo no que diz respeito ao modo de ser, agir e reagir, no mundo e com os outros.
São poemas rurais, urbanos, de amor e de esperança, de falta de fé e de morte, de um homem capaz de ser vários homens escrevendo poesia como quem constrói: faróis, estrelas guias, bússolas, para quem andar desnorteado, a nível pessoal e sentimental.
Os seus textos são incisivos, acutilantes, metafóricos, uns mais eruditos que outros, mais populares, e uns mais românticos que outros, mais ácidos, mas todos vibrantes, tocantes, incapazes de nos deixarem indiferentes.
Nesta obra está um olhar contemporâneo sobre o mundo, visto por um homem que passa a vida com a cabeça na Lua, entre outros planetas do sistema solar, e outros que ele ainda vai acabar por descobrir…
São poemas que ficam para a memória colectiva do final do séc. 20 e do início deste séc. 21, num percurso complexo e simpático de um “amador que ama a causa amada”, a Poesia, imprescindível para quem não prescinde do prazer, sensorial e mental, entre ondas emotivas e intelectuais que embalam o João Jacinto, agora numa nova fase.
Não é poesia académica, erudita, mas são poemas definitivos, essenciais e alguns inesquecíveis, para quem gosta de poesia.
Ler poesia é mudar de planeta, mental e emocional, é voar por entre as estrelas e pisar a Lua e é sempre assim de cada vez que se relê um poema que se ama.
Li e reli, vezes sem conta, “Não saber ser de mim”, “O tempo da idade”, “Amar”, “Criar” e “Não sei”…
Sei que há poemas curtos e filosóficos, outros quase cómicos, uns tristes, outros mordazes, descritivos, metafóricos, como no “Jardim da vida”, todos eles à espera de serem desbravados por exploradores de sensibilidades, por leitores ávidos, atentos e conscientes do peso que a poesia também tem na vida e até na politica, por vezes de forma pragmática.
Com uma expressão marcada por uma apurada sensibilidade, com um enorme capital linguística, com uma invejável cultura universal, com uma incontida emoção, com uma irrepreensível lucidez, simplicidade, beleza e candura, João Jacinto tem aqui um golpe de asa, mostra fôlego e talento, revoluciona e cria uma linguagem própria, marcada por um modernismo original, não atraiçoa os antigos nem as suas próprias raízes e atinge aqui um novo patamar, uma nova dimensão.
Os seus poemas são retratos de emoções, pessoas, sensações, paisagens, esperanças, traições, amores desamores, vertigens, passado, presente e futuro.
Com unidade, coesão e qualidade, com uma linguagem rica e depurada, este é o espelho de uma nova fase, rica e significativa de João Jacinto, que permanece fiel a certos valores, através das mais diversas mudanças e da sua própria reacção perante este mundo… e os outros mundos…
Em “(Re)cantos da Lua” faz-se um quadro vivo de uma geração, por vezes frustrada, do povo português, tão profundamente lírico e épico, sonhador e melancólico…
Na sua “marcha-poética-social”, João Jacinto parece um arqueólogo do futuro, faz dos seus poemas testemunhos históricos, instrumentos de cultura, verdadeiros manifestos, para a consciencialização da realidade portuguesa, nem sempre de forma tão complacente, a apontar o dedo às fragilidades ou a mergulhar vertiginosamente no poder da palavra universal.
Aos críticos e leitores destes “(Re)cantos da Lua” caberá a decisão final.
Mas para mim garanto-vos que o João Jacinto está sempre em quarto crescente e nunca, como agora, se transformou numa “Lua Cheia”, tão cheia de Poesia., pureza, liberdade, magia, amor e esperança.
Entre ilusões e desilusões, confusões, vitórias, derrotas e consolações, João Jacinto toma de assalto mas com segurança o lugar de poeta no firmamento literário das novas estrelas.


15 Dez. 2006

Ana Paula Almeida

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

(Re)cantos da Lua


Lançamento do livro "Recantos da Lua"


Na Sexta, dia 15 de Dezembro pelas 19 horas, terá lugar o lançamento do livro "Recantos da Lua", no El Corte Inglés, em Lisboa.
O autor, João Jacinto, nasceu a 22 de Junho de 1959, o primeiro dia do signo Caranguejo, no Montijo. Pelo seu percurso profissional podemos afirmar que é um homem de todas as artes, pois de quase todas exprimentou um pouco, mas foi a poesia quem o tocou em primeiro lugar. Desde muito cedo que a poesia faz parte da sua vida. A sonoridade e o ritmo das palavras harmonizam a sua vida desde sempre, impelindo-o no percurso que seguiu. Juntamente com a poesia surgiu a astrologia, também por um acaso, também pela harmonia. E as duas artes mantêm-se lado a lado. Cresceram juntamente com João Jacinto, sendo fruto de uma criação prazerosa e pensada lentamente. Em cada palavra deste livro há um novo paladar a descobrir, um aroma desconhecido que provoca um arrepio sibilante, libertando a nossa imaginação. É uma poesia de recantos, nos quais o autor se escondeu, para furtivamente atacar a nossa sensibilidade com uma linguagem voraz e lancinante, estimulando intensamente qualquer leitor. Quem, através deste livro, olhar a Lua por este prisma, por este recanto e com este encanto, não poderá deixar de sentir o desafio de sentir-se, de se envolver com a sua sensibilidade, e com a do autor também, entrando assim, repentinamente, num Universo místico, mas que nos toca de forma bem real.

© Magna Editora, 2006. Todos os direitos reservados.

sábado, 26 de agosto de 2006

Poemas de Amor

Mortais pecados

Retrato de joão jacinto
Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?
No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.
Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.
No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.
Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.
Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.
Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.
Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.
Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.
Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.
Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.
Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.
Obrigado!
Tenho de descansar.



in
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quarta-feira, 18 de dezembro de 2002

Astrólogo da alma africana


Nasceu no Montijo há 43 anos, no primeiro dia do signo Gémeos mas não consegue ficar indiferente à cultura e à mística africana. Divorciado de uma angolana, pai de dois filhos luso-angolanos, João Jacinto espera conhecer África muito em breve.
Apaixonado pela paisagem da Ilha do Príncipe, interessado pelos hábitos e costumes que vêm de África, o astrólogo, também poeta, é essencialmente um homem do mundo. Dotado por uma sensibilidade artística, Jacinto fez algumas incursões pelo teatro e continua a manter-se fiel à escrita. A astrologia surgiu por acaso, ainda em criança. A sabedoria evidente de um amigo da família, que conhecia a influência dos astros, despertou-o e levou-o a querer saber mais e mais. Comprou livros, organizou uma biblioteca e foi fazendo cursos.
A timidez e a insegurança dos seus conhecimentos mantinham-no na retaguarda, «obrigando-o» a dispersar-se por outros ofícios. Um dia, foi a Paris e trouxe de lá o franchising do «Astro-Flash» que, durante alguns anos, funcionou no Centro Comercial das Amoreiras. A presença permanente no centro comercial deu-lhe confiança e uma carteira invejável de clientes. A Comunicação Social adoptou-o e os políticos vieram atrás. Discreto, João Jacinto tem sabido resguardar-se da fama, mantendo-se afastado das festas e dos holofotes. (A partir de Março será ele o responsável pelas nossas previsões astrológicas.)

in Revista África Hoje / Dez 2002
http://canais.sapo.pt/educacao/1GQA/389673.html